Barragens subterrâneas guardam água e mudam vidas no sertão nordestino
- 01/02/2020
Custo baixo, retorno alto e uma sobrevida à produção agrícola e criação de animais durante os períodos de seca no Nordeste. As barragens subterrâneas não são uma tecnologia nova, mas o longo período de estiagem as trouxeram de volta e se mostram uma solução para garantir a convivência do sertanejo com um semiárido cada vez mais quente e seco.
A ideia dessa barragem é simples: ela retém água da chuva para dentro do solo por meio de uma parede impermeável construída dentro da terra. Com 50 cm acima da superfície, essa parede no sentido contrário à descida das águas garante um armazenamento de água por até seis meses.
Além de servirem como fonte de abastecimento para muitas regiões sem água na superfície, uma das vantagens do sistema é que a água não fica exposta ao sol. "Como elas armazenam a água da chuva dentro do solo, tem perdas mínimas de umidade pela evaporação, que ocorre de forma lenta. Isso faz com que se mantenha o solo úmido por um período maior, até quase o fim do período seco", conta a pesquisadora da Embrapa Solos, Maria Sonia Lopes. Desde 2012, o Nordeste enfrenta ano após ano chuvas abaixo da média, o que trouxe à tona a ideia de construir barragens pelo semiárido. Elas, inclusive, fazem parte do Plano Estratégico de Recursos Hídricos para o Nordeste, feito pelo Serviço Geológico do Brasil e que prevê abastecer 3 milhões de pessoas. Além disso, há outros projetos tirando as barragens subterrâneas do papel. Um exemplo é Alagoas, primeiro estado do Brasil a ter um mapeamento completo de possibilidade de construção de barragens, feito pela Embrapa.
Fonte: UOL